(fonte: revista forum)
Em Brasília, quatro presidentes de centrais sindicais confirmaram a informação de que o governo Lula vai anunciar nesta terça-feira (25) a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores demitidos que não puderam acessar os recursos devido à escolha pelo saque-aniversário. A medida provisória ainda está sendo discutida, especialmente quanto à forma de implementação.
O governo estuda uma proposta que, apesar da resistência no Congresso, pode ser formalizada por meio de uma medida provisória. Também está em debate se a liberação será restrita apenas a quem já perdeu o emprego ou se a medida vai abranger futuras demissões.
O saque-aniversário, embora implementado no governo de Jair Bolsonaro em 2020, necessita de adesão antecipada do trabalhador e permite o saque anual de uma parte do FGTS. Porém, ao escolher essa opção, o trabalhador perde a possibilidade de realizar o saque-rescisão, que permite retirar a totalidade do FGTS em caso de demissão sem justa causa.
O governo Lula está trabalhando para liberar os recursos do FGTS para aqueles que foram demitidos e não puderam acessar o saldo devido à restrição da lei do saque-aniversário. A liberação do FGTS seguirá uma regra de transição que levará em consideração o bloqueio de dois anos. Muitas vezes, os trabalhadores contratam o empréstimo consignado sem saber sobre essa restrição e acabam indo à Justiça para acessar o dinheiro.
A Fazenda acredita que essa nova regra ajudará a reduzir a pressão sobre o FGTS no futuro, já que os trabalhadores poderão buscar as melhores taxas no novo modelo de consignado privado, sem ter que vender as parcelas futuras do saque-aniversário aos bancos.
Os valores que já estão bloqueados para as parcelas dos empréstimos do saque-aniversário vão ficar na conta do FGTS. O governo está negociando com os bancos para reduzir de forma gradual o número de parcelas futuras do saque-aniversário que o trabalhador poderá comprometer.
"[A trava do saque-aniversário] é uma injustiça. A maioria das pessoas nem sabia que existia essa regra. E essas pessoas precisam dos recursos para tocar a vida, pagar as contas. E a medida impulsiona bastante a economia, gera emprego", defendeu Sérgio Nobre, uma das lideranças sindicais e presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“A medida vem para corrigir uma distorção criada pelo governo Bolsonaro. O dinheiro do trabalhador foi travado no momento em que ele mais precisava. A decisão é um anseio de muitos brasileiros que ao aderirem o saque-aniversário não se deram conta das letrinhas de rodapé criadas pelo Paulo Guedes", reforçou Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).