Banco do Brasil é muito melhor que Itaú e ação é descontada por preconceito, diz CFO do banco

21/02/2025

Maioria do mercado prefere investir no par privado por receio de intervenções do governo no Banco do Brasil (Por Júlia Moura) - foto divulgação - 

Para Marco Geovanne Tobias da Silva (foto), vice-presidente de gestão financeira e de relação com investidores do Banco do Brasil, o desempenho da instituição estatal é melhor que o do concorrente privado Itaú Unibanco, mas ela é preterida pelo mercado por ser uma estatal.

"Eu não preciso convencer o analista, porque o analista tem a tese dele. E eu também não sou do Itaú. Eu sou muito melhor do que o Itaú. Eu queria ver os bancos privados fazendo o que nós fazemos, tendo um terço da carteira deles de agronegócio e atuando como nós atuamos em cadeia de valor", disse o CFO do BB ao comentar o balanço do banco de 2024, nesta quinta-feira (20).

Com uma carteira de crédito mais voltada a clientes de renda mais alta, o Itaú teve lucro de R$ 41,4 bilhões em 2024, alta anual de 19,5%, com rentabilidade de 22,2%, a maior entre os grandes bancos.

Em seguida vem o BB, que lucrou R$ 38 bilhões, alta de 6,6% e rentabilidade de 20,8%. A estatal tem cerca de um terço de sua carteira de créditos voltada ao agronegócio, outro terço para empresas e o restante, para pessoas físicas. Para melhorar a qualidade dos empréstimos, um dos objetivos é buscar justamente clientes como os do Itaú, de renda maior.

A ação do Itaú é negociada com uma relação preço/lucro (P/L) de 7,8%, ou seja, o investimento se paga apenas com a distribuição de lucro em 7,8 anos. A do Banco do Brasil tem um P/L de 5,2, e se paga mais de dois anos antes.

Muitos analistas, porém, preferem o investimento no Itaú por receio de intervenções do governo federal no BB, já que a União é seu maior acionista.

"O que temos feito, desde o primeiro dia em que assumimos, é demonstrar a nossa capacidade de geração de resultado, de perseguir as nossas estratégias, de executar de maneira disciplinada, entregando resultados. Mas, infelizmente, muitos investidores acreditam que no Banco do Brasil há influência política", afirmou Tobias.

Desde o início do governo Lula, em 2023, as ações do banco subiram 60%. No mesmo intervalo, o papel do Itaú se valorizou 32%.

"O Banco do Brasil está extremamente barato [na Bolsa], sendo negociado abaixo do valor patrimonial, e com o maior DY [distribuição de dividendos] entre os bancos. E, mesmo assim, o mercado desconta o Banco do Brasil no que ele chama de risco político", afirmou Tobias.

O CFO disse, porém, que a governança do banco é robusta, com decisões tomadas sem colegiado, com representantes de acionistas minoritários.

"E mesmo assim a gente não consegue desmistificar esse preconceito. Na minha visão, esse desconto se chama preconceito", disse o diretor do BB.

"O Banco do Brasil é, sem dúvida alguma, uma empresa muito peculiar, porque ele, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento do país, também contribui para a valorização dos seus acionistas. É um banco que tem mais de 200 anos e que consegue entregar rentabilidades comparáveis aos seus pares privados, com uma estrutura de balanço extremamente sólida, e trabalhando em mercados que os pares privados não trabalham", disse Tobias.

Procurado, o Itaú não comentou.

RAIO-X | BANCO DO BRASIL EM 2024
Fundação: 1808
Lucro em 2024: R$ 38 bilhões
Agências: 3.997
Funcionários: 86.574
Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal (Fonte: Folha de SP)

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