O presidente da Febraban enfatizou que o setor bancário não tem interesse em manter juros altos, que resultam em maior risco de inadimplência (Por Fernanda Strickland) - foto divulgação -
Segundo Isaac Sidney, presidente da Febraban, a iniciativa já elaborou 40 propostas concretas com o objetivo de tornar o crédito mais acessível para empresas e consumidores.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, destacou nesta quinta-feira (12/12), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (Conselhão), as ações do grupo de trabalho criado para enfrentar os desafios dos juros altos e do spread bancário no Brasil. A iniciativa já elaborou 40 propostas concretas com o objetivo de tornar o crédito mais acessível para empresas e consumidores.
O grupo reúne representantes da indústria bancária, setor financeiro, Confederação Nacional da Indústria (CNI), trabalhadores e centrais sindicais, com o objetivo de analisar os fatores que impactam o custo do crédito no Brasil.
Isaac Sidney lembrou que o grupo foi criado a partir de uma proposta da Febraban em setembro, que contou com o apoio imediato do ministro Alexandre Padilha. Em outubro, durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, a iniciativa ganhou força e foi oficialmente instalada no início de novembro.
Eixos de análise
A Febraban organizou as discussões em torno de sete eixos principais:
- Inadimplência: Custos associados ao aumento da inadimplência e como mitigá-los.
- Prevenção e combate a fraudes: Reduzir riscos no mercado de crédito.
- Instrumentos inovadores: Incentivar o crédito para micro, pequenas e médias empresas.
- Acesso a dados e plataformas digitais: Melhorar a transparência e eficiência no mercado.
- Custos administrativos: Simplificar processos para reduzir despesas operacionais.
- Custos financeiros e tributários: Identificar formas de aliviar encargos e impostos sobre operações financeiras.
- Competitividade da indústria financeira: Promover maior concorrência no setor.
A primeira fase do trabalho foi concluída em novembro, com a elaboração de 40 propostas entregues ao vice-presidente Geraldo Alckmin. O prazo final para as conclusões e entrega de propostas detalhadas está previsto para março de 2025.
Isaac Sidney ressaltou que o objetivo não é apenas identificar os problemas, mas apresentar soluções práticas. "A questão crucial não é se temos juros altos, mas por que chegamos a esse nível e o que precisamos fazer para que os patamares dos spreads e dos juros possam efetivamente baixar", afirmou.
Comprometimento de renda
O presidente da Febraban enfatizou que o setor bancário não tem interesse em manter juros altos, que resultam em maior risco de inadimplência, aumento do endividamento das famílias e comprometimento de renda. Ele reforçou a necessidade de um ambiente de crédito saudável para que tanto famílias quanto empresas possam acessar financiamentos com condições melhores.
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“Juros altos significam risco de inadimplência, maior comprometimento de renda, e nosso desejo é de termos um ambiente de crédito saudável para famílias e empresas. Estamos esperançosos que essas entregas possam trazer resultados concretos”, frisou.
Crédito sustentável
Sidney destacou ainda que a redução dos spreads bancários e dos juros não depende apenas de ações isoladas do governo ou do setor bancário. Ele defendeu um debate técnico e racional para enfrentar os custos que mais impactam a intermediação financeira.
O trabalho conjunto do setor financeiro, governo e sociedade, segundo ele, tem o potencial de construir um mercado de crédito robusto. "Estamos colocando alguns tijolos a mais na construção de um mercado de crédito forte, inclusivo e alinhado ao desenvolvimento econômico e social", concluiu.
O grupo de trabalho ainda precisa enfrentar grandes desafios, como a modernização de políticas públicas, a ampliação de garantias para o crédito e o fortalecimento da competitividade no mercado bancário. A entrega das propostas finais em 2025 será crucial para avaliar a viabilidade das medidas e sua implementação no sistema financeiro brasileiro. (Fonte: Correio Brazíliense)
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