Na última semana, o processo de terceirização das áreas de atendimento do Itaú levou à demissão de 62 bancários no CT (Centro Tecnológico), concentração do banco na capital paulista. De acordo com o Itaú, os trabalhadores demitidos não conseguiram se realocar em outras posições após a terceirização do seu departamento. - foto Paulinho Costa feebpr -
“O Sindicato de SP está enfrentando em todas as frentes esse processo de terceirização das centrais de atendimento no Itaú, iniciado pelo banco em 2019. Também temos cobrado permanentemente que sejam oferecidas condições adequadas e tempo hábil para que os trabalhadores impactados por este processo – que não passa de uma forma de precarização das relações de trabalho para cortar custos e maximizar o lucro – possam conseguir a sua realocação” Valeska Pincovai, diretora do Sindicato de SP e bancária do Itaú.
Lei da Terceirização Irrestrita
A diretora do Sindicato lembra que o avanço da terceirização no banco foi viabilizado pela aprovação e sanção do PL 13.429/17, em 2017, no governo de Michel Temer. “A lei das terceirizações, que permitiu até mesmo a terceirização da atividade-fim de uma empresa, impulsionou a terceirização em todos os bancos, especialmente no Itaú. Desde 2019, várias centrais foram terceirizadas, através de várias prestadoras de serviços diferentes, boa parte de fora de São Paulo, impactando o emprego de cerca de 3 mil bancários do Itaú”, diz Valeska.
“O Sindicato foi contra a aprovação desta lei e segue terminantemente contra qualquer terceirização nos bancos. Para nós, trabalhou para o banco, bancário é. Fizemos manifestações, alertamos para os malefícios da terceirização, promovemos paralisações e tentamos negocias a manutenção dos empregos em todas as situações. Não negociamos qualquer processo de terceirização com os bancos, mas buscamos preservar os empregos dos trabalhadores impactados, cobrando a sua realocação, e ainda assim ocorreram muitas demissões”, acrescenta.
O Sindicato também ingressou com ação no Ministério Público contra este processo de terceirização das centrais de atendimento do Itaú.
“Seguimos na luta, de todas as formas, com denúncias e manifestações, nas ruas e redes, e também pela via jurídica, para mudar esta realidade. Não podemos aceitar que um banco como o Itaú, que lucrou R$ 19,843 bilhões só no primeiro semestre deste ano – siga precarizando as relações de trabalho e demitindo para cortar custos”, conclui Valeska.
De acordo com estudo do Dieese, trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos). (Fonte: Seeb SP)
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