O Coletivo Nacional dos Financiários e a Fenacrefi voltam a se reunir na manhã desta quinta-feira (5), em São Paulo, para negociar a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
“Nossa expectativa é que as financeiras tragam uma proposta global que efetivamente atenda as reivindicações dos financiários, com proposta de reajuste com aumento real para salários, VA e VR, PLR e demais verbas, e também avanços em cláusulas sociais”, destaca a secretária-geral do Sindicato, Lucimara Malaquias, que representa a categoria na mesa de negociação.
Proposta insuficiente e rejeição imediata
Na última reunião, realizada em 22 de agosto, a Fenacrefi manteve uma proposta de reajuste salarial correspondente a apenas 80% do INPC, o que limitaria a recomposição total apenas aos vales refeição e alimentação. Essa oferta foi imediatamente recusada pelo Coletivo Nacional dos Financiários, que reforçou a importância de ganhos reais para a categoria.
Além dos índices de reajuste salarial e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) insuficientes, a Fenacrefi apresentou cláusulas que visam a retirada de direitos dos trabalhadores, agravando ainda mais a situação dos empregados. A proposta de aumento salarial de 80% do INPC representaria um reajuste de apenas 2,67%, impondo uma perda de 0,65% aos trabalhadores. No caso da PLR, o pagamento de até 5% do lucro com um teto de 1,8 salário afetaria negativamente principalmente os trabalhadores de menores salários.
“Não vamos aceitar proposta que imponha perda aos trabalhadores, como no caso apresentado por eles da PLR", ressalta Jair Alves, coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários.
As sugestões da Fenacrefi também incluem mudanças nos auxílios refeição e alimentação, que poderão impactar em restrição de direitos, para não dar a opção a liberdade de escolher em qual cartão deseja receber o benefício.
Outro ponto crítico é a tentativa de reduzir o intervalo intrajornada para 30 minutos em jornadas superiores a 6 horas, sem apresentar quaisquer outros detalhes. Reduzir esse intervalo pode significar mais uma tentativa de aumentar a jornada e precarizar as condições de trabalho.
Adicionalmente, a Fenacrefi sugeriu que a estabilidade da gestante e a estabilidade de pré-aposentadoria possam ser indenizadas. Isso é um absurdo e conflita diretamente com o que entendemos como garantias à gestante e criança, bem como aos empregados em vias de aposentadoria, indo contra o que é previsto atualmente na CCT.
Reivindicações dos trabalhadores
Os financiários reivindicam reajuste salarial que cubra a inflação medida pelo INPC (3,34%) de junho de 2023 a maio de 2024, e de junho de 2024 a maio de 2025, acrescido de um aumento real de 5%. Os mesmos índices devem ser aplicados na PLR. Eles também exigem um aumento real de 7% nos vales alimentação, refeição e auxílio-creche babá.
Além das questões econômicas, a proposta esperada pelos trabalhadores deve incluir compromissos reais por parte das empresas para combater o assédio moral e prevenir o adoecimento, problemas recorrentes no setor.
Os trabalhadores não querem uma proposta que se limite apenas às cláusulas econômicas. Eles reivindicam avanços significativos nas cláusulas sociais, como a equiparação salarial entre homens e mulheres, o fim da terceirização, e a ampliação da contratação de mais trabalhadores e trabalhadoras negros, LGBT+ e pessoas com deficiência (PCDs). Estas demandas são essenciais para promover um ambiente de trabalho mais justo, inclusivo e saudável para todos. (Fonte: Seeb SP)
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