Itaú trata seus trabalhadores como descartáveis e amplia terceirização da Central PJ

25/04/2024

Em março, o Sindicato dos Bancários de São Paulo denunciou que a terceirização da Central PJ (produto Cartões) havia começado. Agora, as equipes Empreenda, Pro e Top Business, dessa mesma central de atendimento, também estão passando por esse processo, com um prazo de realocação de até 60 dias. Ao todo, 350 bancários estão com os empregos em risco.

“Os comerciais na TV falam muito sobre o futuro, mas pais e mães de família estão aterrorizados com o presente e com a maneira como o Itaú está conduzindo esse processo. Muitos trabalhadores envolvidos na terceirização em andamento nos procuraram, reclamando das ‘vagas fantasma’ no portal e da falta de iniciativa do RH em realizar a realocação”, enfatiza Sergio Lopes, conhecido como Serginho, dirigente sindical e bancário do Itaú.

‘Devastação, angústia e ansiedade’

A notícia da terceirização das áreas pegou os bancários de surpresa. Segundo eles, não houve nenhum comunicado prévio. “A palavra que descreve tudo o que a gente está vivendo é ‘devastação’, pela forma como o banco conduziu tudo isso, e como foi falado para nós”, relata um bancário de uma das áreas que será terceirizada.

“A gente viu o que aconteceu nas outras áreas que foram terceirizadas, e o mínimo que o Itaú deveria fazer é se posicionar sobre planejamento ou remanejamento, mas o banco ficou calado. Tudo o que chegou pra nós foi fofoca, ‘rádio peão’. Quando questionávamos nossos líderes, ninguém sabia o que iria acontecer. Isto gerou um sentimento de ansiedade, de angústia. O banco poderia informar com mais antecedência, para a gente se preparar para uma possível realocação por meio do processo interno. Um banco que investe tanto em publicidade, em marketing, que diz acolher os funcionários, mas na realidade não é o que acontece”, desabafa o trabalhador.

Uma pesquisa no Gupy revela várias vagas abertas ao mercado, como analista administrativo, de engenharia de tecnologia, de negócios digitais, de operações no atacado, entre outras. No LinkedIn, a situação é semelhante, com posições para analista de produto, de comunicação, de recursos humanos, jurídico, estratégia de negócios e muitas outras.

“Sabemos que a grande maioria dos trabalhadores é altamente qualificada e possui graduação, pós-graduação e MBA em diversas áreas. No entanto, o banco frequentemente oferece apenas vagas para o setor comercial”, acrescenta Serginho.

Por que o Itaú está terceirizando?

A terceirização irrestrita, permitida pela Reforma Trabalhista durante o governo Michel Temer, resultou em vários impactos negativos para os trabalhadores e o mercado de trabalho. Ela permite que as empresas contratem trabalhadores terceirizados para qualquer atividade, incluindo as atividades-fim. Isso leva à precarização das condições de trabalho, já que os terceirizados geralmente recebem salários mais baixos, têm menos benefícios e menor estabilidade no emprego.

De acordo com estudo da CUT, em parceria com o Dieese, trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).

Além disso, a terceirização em larga escala dificulta a organização sindical, pois os trabalhadores terceirizados muitas vezes estão espalhados por diferentes empresas e locais de trabalho, o que enfraquece a representação sindical e a capacidade dos trabalhadores de negociar melhores condições de trabalho e salários.

O Sindicato negociou a terceirização com o banco?

Não. O Sindicato dos Bancários se opõe veementemente à terceirização no setor bancário e nunca negociou essa prática com as instituições financeiras. A entidade acredita que o verdadeiro trabalho bancário é realizado por aqueles que fazem parte integral do banco, pois a terceirização pode comprometer a qualidade do serviço aos clientes e as condições de trabalho e direitos dos bancários, essenciais para o funcionamento eficaz do sistema financeiro.

Fonte: SEEB/SP

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