Brasil vira patinho feio no Santander

31/10/2024



 - foto Paulinho Costa feebpr - 

Quando o espanhol Santander, atualmente controlado por Ana Botin, comprou em julho de 2008 o ABN-Amro Bank, (dois meses antes da crise financeira mundial que levou à quebra do Leman Brothers), trouxe junto o antigo Banco Real que era o 5º banco brasileiro, e o Royal Bank os Scotland, com forte atuação no Reino Unido. Assim, o Santander, então em 7º lugar em ativos no Brasil, deu um salto e passou a ter mais clientes e lucros do que na Espanha.

Houve anos em que a filial brasileira, que conta com 31,9 milhões de clientes ativos, contra 28,7 milhões na Espanha, chegou a responder por 37% dos lucros globais. Mas a biruta virou. Embora mantenha a medalha de prata nos lucros acumulados dos primeiros nove meses de 2024 (1,771 bilhão de euros), perdendo o ouro para os 2,837 bilhões de euros da matriz espanhola, que teve incremento de 53% nos ganhos, a participação do Brasil caiu praticamente à metade (19% nos 9,309 bilhões de euros do ganho global do Santander).

Brasil lidera créditos em atraso e PDD
O destaque brasileiro se dá agora nos créditos em atraso e nas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD). Por culpa, principalmente, das perdas com empréstimos fraudulentos às Americanas, do qual era o 2º maior credor, depois do Bradesco. E as fraudes na contabilidade da Americanas ocorreram, por coincidência, na gestão do também espanhol Miguel Gutierrez.

Segundo o balanço do 3º trimestre divulgado no Brasil, o Santander teve lucro de R$ 3,664 bilhões, um aumento de 10% sobre o 2º trimestre e de 34,3% sobre igual período do ano passado. No acumulado do ano, o lucro líquido somou R$ 9,731 bilhões, com expansão de 42% sobre igual período de 2023. Na Espanha, a “holding” traduziu o lucro para 1,771 bilhão de euros).

A contração dos empréstimos para as grandes empresas, segundo o Santander-Brasil [em possível reflexo à alta dos juros], fez o índice de inadimplência nas operações em atraso com mais de 90 dias (credit impaired loans) para as grandes empresas avançar de 1,6% para 1,7%. Nas pessoas físicas, o atraso foi de 4,2% e a média continuou em 3,2%.

Nas Provisões para Devedores Duvidosos (loan-loss allowances), houve constituição de R$ 5,884 bilhões, uma queda de 0,2% frente aos R$ 5,896 bilhões do 2º trimestre, mas, com aumento de 4,7% sobre o 3º trimestre de 2023. De janeiro a setembro de 2024 as provisões para devedores duvidosos caíram 2,9% frente aos R$ 18,363 bilhões de igual período de 2023, para R$ 17,823 bilhões. (Fonte: Jornal do Brasil)

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