Na manhã desta quarta 14, em São Paulo, o Banco do Brasil apresentou respostas a algumas das reivindicações do Sindicato, apresentadas por meio da CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil) durante a sétima rodada de negociação específica da Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2024, focada na renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). No entanto, as respostas geraram grandes frustrações por serem insatisfatórias.
Entre os temas discutidos, um dos pontos centrais foi o assédio moral e a desconexão. O banco propôs a utilização de uma nova ferramenta, chamada Slack, que teria controle de jornada e salvamento de conversas, substituindo o uso do WhatsApp para questões de trabalho, que será proibido.
“Esta proposta veio mediante a cobrança do Sindicato em relação ao uso do celular pessoal dos funcionários. No caso específico da CRBB (Central de Relacionamento do Banco do Brasil), a implantação da ferramenta caracteriza a central como unidade de negócios. Portanto, deve vir acompanhada da valorização salarial dos atendentes”
Antonio Netto, representante da Fetec-CUT/SP na CEBB
Outro ponto abordado foi o banco de horas negativas adquiridas durante a pandemia da Covid-19. Atualmente, 5.233 funcionários ainda possuem horas devedoras. Desses, 4.707 têm até 360 horas negativas, algo que, segundo o banco, seria possível de zerar até o prazo estabelecido, em maio de 2025. No entanto, 566 funcionários enfrentam uma situação mais complicada, com uma média de 1.034 horas devedoras, sendo que 239 destes têm mais de 60 anos de idade.
Como proposta, o Banco do Brasil sugeriu anistiar as horas de quem tem mais de 60 anos e pais com filhos com deficiência que possuem redução de jornada, além de iniciar um programa de incentivo ao pagamento das horas restantes. A comissão reforçou o pedido por anistia a todos funcionários.
Sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o banco negou a possibilidade de eliminar o teto existente, frustrando uma das expectativas dos funcionários. Em relação à revisão de cargos, o banco ainda não deu nenhuma devolutiva, alegando que a questão ainda está em debate interno.
A comissão também cobrou um retorno sobre o programa Perfoma, plano de cargos e salários, e sobre as metas impostas aos funcionários.
"A rede varejo continua nos cobrando muito, pois os funcionários continuam adoecendo com essa cobrança enlouquecedora por vendas. Era importante a gente sair daqui com um retorno"
Fernanda Lopes, coordenadora da CEBB
Outro ponto que ficou sem resposta foi a questão da saúde e previdência dos incorporados, assim como a reposição de funcionários após o desmonte que o Banco do Brasil sofreu nos últimos governos federais.
A comissão também ressaltou a importância da ampliação da licença parentalidade. "A gente esperava sinalizações positivas para que avançássemos para a renovação do acordo," diz Fernanda.
Durante a reunião, o banco também anunciou que todos os funcionários da rede, agências e escritórios serão migrados para uma nova plataforma digital de concorrência a partir desta quinta-feira 15, deixando o sistema antigo obsoleto. “Consideramos positiva a migração do TAO para o DIGITAO, pois garante maior transparência nos processos de concorrência e ascensão", afirmou a coordenadora da CEBB.
A próxima reunião foi marcada para o dia 22 de agosto, às 15h, em Brasília.
“Na última semana, deixamos claro para o BB que esperávamos as respostas sobre o conjunto das nossas reivindicações nesta mesa de hoje. O banco lucrou R$ 18,80 bilhões no primeiro semestre de 2024, crescimento de 8,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Portanto, o BB possui todas as condições para atender nossas reivindicações, promovendo a justa valorização dos funcionários e a melhoria das condições de trabalho. Esperamos que na próxima negociação, no dia 22, finalmente o banco apresente uma proposta completa, digna de ser avaliada pelos trabalhadores"
Antonio Netto, representante da Fetec-CUT/SP na CEBB
Fonte: SEEB/SP