Em negociação com a Caixa, empregados cobram cláusulas sobre o teletrabalho

15/07/2024

 

Jornada de trabalho e teletrabalho foram os principais temas da segunda mesa de negociação com a direção da Caixa Econômica Federal, no âmbito da Campanha Nacional dos Bancários 2024, que visa a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho dos empregados da empresa pública.

Foram cobradas da Caixa cláusulas específicas sobre o teletrabalho. “Hoje nós temos a cobertura da Convenção Coletiva de Trabalho, mas não temos um acordo assinado junto à Caixa que dê conta das solicitações que têm chegado dos trabalhadores desde o fim da pandemia, quando a modalidade se consolidou”, pontua Vivian Sá, diretora Fetec-CUT/SP e do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

“Precisamos que a Caixa defina, por exemplo, termos impessoais para acesso ao teletrabalho, e rodízio se for necessário. Hoje em muitos locais tem sido usado como instrumento da gestão cobrar meta e oferecer teletrabalho ao empregado como um benefício. Mas a própria Caixa admite em mesa que não é benefício, é uma modalidade de trabalho. Quanto a concordarmos que não é um benefício, é necessário destacar que, em determinadas situações, é um direito”, acrescenta a dirigente.

Trabalhadores PCDs e pais e mães de PCDs têm prioridade garantida por lei no regime de teletrabalho. Por isto, os representantes dos empregados solicitaram que seja respeitada inclusive a prioridade para acesso às agências digitais, já que estes locais preveem o home-office.

Também foi solicitado que seja clausulada questão referente às prioridades de transferência dos trabalhadores PCDs e pais e mães de PCDs, para garantir o direito ao teletrabalho, e dando amplo conhecimento deste direito aos gestores.

Funcef

Outro ponto levantado foi a reivindicação para que a Caixa traga para a mesa de negociação as questões que envolvam a Funcef.

Ainda nesta sexta-feira 12 a Contraf-CUT enviará um ofício à Caixa cobrando que as questões que envolvam o fundo de pensão sejam tratadas em mesa de negociação.

“A Funcef é dos participantes, por isso qualquer proposta que a envolva deve ser debatida junto ao Comando Nacional dos Bancários - que inclusive tem representação dos aposentados - e junto à CEE/Caixa. E a partir disto podermos fazer um debate profundo e sério com a participação da representação de todos os empregados, da ativa e aposentados”, afirma Rafael de Castro, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

O dirigente ressaltou que o acordo coletivo atual prevê a instalação de um  grupo de trabalho com a participação da Caixa, da Funcef e dos empregados. E que este deve ser o espaço de discussão sobre os temas que envolvem o fundo de pensão.

“Os debates não podem se restringir aos técnicos da Funcef e à direção da Caixa.  Os participantes são os principais interessados nas questões que envolvem qualquer mudança na Funcef. Por isso queremos participar e queremos uma proposta que não resulte em retirada de direitos dos trabalhadores. E que a Caixa Econômica Federal pague o contencioso que deve. Dessa maneira nós acreditamos que é possível sanar o equacionamento”, ressalta Rafael.

Respostas para as demandas apresentadas na primeira mesa

Os representantes dos empregados também cobraram respostas sobre as reivindicações apresentadas na primeira mesa de negociação, realizada no dia 3 de julho, principalmente no que se refere ao fim das funções minuto. “A Caixa precisa avançar nas demandas já debatidas na negociação anterior”, enfatizou Rafael.

A Caixa respondeu que já na primeira mesa de negociações de agosto haverá devolutivas.

Caixa Asset

Antes de debater a pauta, os representantes dos empregados cobraram posicionamento da direção do banco sobre a perda de função dos gerentes da Caixa Asset, noticiada hoje em diversos veículos de comunicação, que teriam se negado a assinar contratos de compra de letras de câmbio com risco acima dos padrões do banco.

“Cobramos da Caixa que seja feita uma apuração séria, porque esta questão envolve dinheiro público, envolve o nome da Caixa. E a nossa credibilidade, enquanto empregados e empresa pública, está em jogo. E precisamos dar uma resposta clara e dura sobre o que está acontecendo, por que este assunto veio à tona agora e de que forma aconteceu”, afirmou Rafael de Castro.

Fonte: Seeb/SP

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