A maior instituição financeira do Brasil, a Caixa Econômica Federal, planeja lançar sua versão de conta digital até abril como um esforço para competir com fintechs emergentes que dominam cada vez mais o mercado. Em entrevista exclusiva à Inteligência Financeira, o Presidente Carlos Vieira informou que a estratégia digital do banco também inclui a modernização do home broker para permitir a competição com plataformas de investimento digital.
Atualização da Caixa para o universo digital
Carlos Vieira assumiu o comando do banco em novembro com a promessa de trazer a Caixa para o universo digital. Apesar de ser a maior instituição financeira do país com mais de 150 milhões de clientes, uma parcela significativa das transações da Caixa ainda é realizada nas agências físicas. O Presidente afirmou que “tem clareza da necessidade de atualização da Caixa para esse mundo”.
Primeiro passo para a digitalização da Caixa
A Caixa fez uma investida inicial para a digitalização em 2020 com o lançamento do aplicativo Caixa Tem. Este foi o principal canal para a distribuição de auxílios emergenciais do governo federal durante a pandemia. No entanto, problemas técnicos frequentes e a falta de uma oferta de produtos mais robusta impediram o aplicativo de converter usuários em clientes.
Estratégias para competir no mercado digital
Com fintechs como Nubank e Inter ganhando milhões de clientes, Vieira planifica um plano mais ambicioso para a Caixa. O banco aprovou um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para eliminar 3200 posições tradicionais e aprovou um concurso para 4000 vagas, metade das quais serão para profissionais de tecnologia. Segundo Vieira, “precisamos acelerar internamente para atingir o patamar digital dos outros bancos”.
Vieira reconhece que algumas soluções envolverão parcerias com empresas privadas. Em uma dessas parcerias com a Microsoft, a Caixa planeja lançar nos próximos meses uma aplicação para o Drex, o real digital, que permitirá que os clientes armazenem recursos em seus telefones celulares e realizem pagamentos e transferências mesmo sem acesso à internet.
As novas medidas fazem parte dos esforços do banco para tornar-se mais eficiente e lucrativo. Ainda que o banco tenha o dobro do lucro do Banco do Brasil, Vieira considera que há muito espaço para melhorar a eficiência através de uma prestação de serviços melhorada.
Finalizando a entrevista, Vieira indicou ter descoberto recentemente 1.800 contratos de clientes em atraso, que totalizam mais de R$ 10 bilhões. “É um número surpreendente”, admitiu. “Não somos cobrados a ter uma Rentabilidade (ROE) igual ao do mercado, mas também preciso atingir isso, caso contrário, não estou cumprindo meu papel”, concluiu. (Fonte: BM&C News)
Fonte: FEEB-PR