Um movimento de solidariedade entre os empregados da Caixa fez história e completa 32 anos neste domingo, 1º de outubro. “Não Toque em Meu Companheiro” foi uma campanha para manter financeiramente 110 trabalhadores do banco demitidos injustamente durante a greve de 1991.
Na época, o presidente Fernando Collor realizava uma verdadeira perseguição aos direitos dos trabalhadores e um desmonte nas empresas públicas. A greve dos bancários e petroleiros para enfrentar as ações do governo durou 20 dias e teve adesão de praticamente 100% dos trabalhadores das categorias. O ato foi considerado ilegal e 110 empregados do banco que continuavam a luta foram demitidos.
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, era diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, e foi ele o encarregado de dar a triste notícia aos demitidos; entre eles, sua própria esposa.
“Foi um momento extremamente difícil, mas conseguimos transformar a tristeza em mais luta e a partir daí o que se viu foi uma das mais bonitas histórias de união e solidariedade dos empregados”, contou Takemoto.
Os empregados da Caixa mobilizaram-se para manter financeiramente os colegas demitidos doando 0,3% de seu salário para o Fundo de Reintegração. O movimento ficou conhecido como “Não Toque em Meu Companheiro”, que teve o apoio logístico e financeiro da Fenae, Apcefs e sindicatos. O recurso foi fundamental para os trabalhadores que foram desligados durante 1 ano. A campanha só terminou quando todos os trabalhadores foram readmitidos, em 1992.
Esta história virou um documentário, dirigido pela cineasta Maria Augusta Ramos e produzido pela Fenae, em parceria com a No Foco Filmes, e está disponível no Canal Brasil.