Os representantes dos empregados da Caixa no Grupo de Trabalho Saúde Caixa voltaram a cobrar da direção do banco a extinção da limitação de 6,5% da folha de pagamentos e proventos para o custeio do plano de saúde.
“A exclusão do teto de 6,5% é fundamental para manter a viabilidade do plano. Essa é uma reivindicação das entidades desde que ele foi implementado, em 2017. O GT não pode ser utilizado para que a Caixa Econômica Federal apenas traga informes. Os representantes dos empregados querem debater e construir uma proposta que respeite os princípios do plano e que permita sua viabilidade”, afirma Chico Pugliesi, diretor executivo do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e conselheiro do Saúde Caixa.
Na reunião do GT realizada na terça-feira 15, em Brasília, a coordenadora da representação dos trabalhadores, Fabiana Uehara, reforçou que a aplicação do teto vai inviabilizar a sustentabilidade do plano.
“O banco tem divulgado uma revisão no estatuto. A gente quer saber qual parte do estatuto é analisada e esperamos que a retirada deste limitador esteja contemplada. Esta é uma demanda dos empregados e da representante dos trabalhadores no Conselho de Administração desde 2017”, disse Fabiana. “Se a Caixa não aprofundar o debate, entraremos num impasse”, enfatizou.
Os representantes dos empregados continuam críticos às divergências dos números apresentados pelo banco. Entre os pontos, destaque para a diferença de R$ 82 milhões nas contribuições dos usuários que não estão inseridas nas reservas do plano, conforme apresentação do relatório do banco.
A Caixa buscou justificar os números e, diante das contestações dos representantes dos empregados, a empresa se comprometeu a enviar um documento justificando os números, inclusive a diferença no valor dos fundos de reservas desde a constituição do plano até 2022.
Na reunião, a Caixa informou que aquele seria o último encontro do grupo e que os assuntos debatidos seriam encaminhados à mesa permanente. A decisão foi imediatamente questionada pela representação dos trabalhadores.
“O debate ainda está inconclusivo. Até o momento a Caixa não trouxe respostas suficientes, ainda não temos pleno acesso a dados que são base para construirmos em conjunto um modelo eficiente e custeio justo a todos os empregados”, avaliou Fabiana Proscholdt. “Se os números solicitados desde o início das discussões no GT fossem apresentados, já teríamos avançado muito. Depois de tantas reuniões a gente não ter, de fato, uma resposta para dar aos usuários é muito frustrante”, apontou.
Leonardo Quadros, representante dos trabalhadores no GT, reforçou que a decisão fere o Acordo Coletivo, que prevê a manutenção do grupo para tratar do Saúde Caixa, sua sustentabilidade e qualidade. “A Caixa precisa fornecer acesso às bases primárias do plano, com dados certificados, para que a consultoria contratada pela representação dos empregados faça as avaliações necessárias a fim de aprofundarmos os debates do custeio do plano.”
A representação dos empregados reforçou a necessidade de aprofundar o debate em diversos pontos, inclusive sobre prevenção de doenças e promoção da saúde – ações que reduziriam os custos do plano.
“Isso vai refletir na melhoria da saúde ocupacional e da qualidade de vida dos empregados da ativa, aposentados e seus dependentes. Além de reduzir os custos, o plano deixará de tratar doenças e passará a tratar as pessoas”, ressaltou Fabiana.
A representação criticou novamente a mudança nos contratos de auditoria. Além da preocupação com a equipe de empregados da Cesad, que hoje realiza os serviços, os representantes criticam o escopo da contratação da nova empresa, que extrapola o papel de auditoria e tem atribuições como rotinas de credenciamento, por exemplo. “Isto demonstra um claro problema de gestão”, apontou Fabiana Uehara.
Fonte: SEEB/SP