O movimento sindical está reforçando atuação contra as metas abusivas, em defesa da vida, por mais empregados e por respeito à jornada em home office; bancários devem acionar a entidade se ocorrerem problemas no local de trabalho
O assédio moral decorrente da cobrança de metas para venda de ações da Caixa Seguridade em plena pandemia escancarou todos os problemas que a Caixa Econômica Federal vem enfrentando ao longo dos últimos tempos: desmantelamento do banco público pelos governos neoliberais de Temer e Bolsonaro; falta de empregados por causa dos seguidos planos de demissão voluntária; negligenciamento da função social da instituição pública; deterioração das condições de trabalho; precarização do atendimento ao público.
O cenário agravado pela pandemia e agora pelo assédio para venda de ações da Caixa Seguridade reforçou a tese de que a luta por melhores condições de trabalho na Caixa também passa pela defesa da Caixa 100% pública. Neste contexto, os empregados da Caixa devem reforçar a atuação coletiva em três brigadas.
Brigada de defesa da vida e proteção nas agências
Nas agências, o foco dos Sindicatos é a proteção contra a covid-19, por meio da cobrança pela disponibilização de melhores equipamentos de proteção individual, como máscaras mais eficazes, face shield e barreiras acrílicas; fiscalização contra lotação nas unidades bancárias; respeito ao protocolo de saúde; rodízio para que a equipe - inclusive caixas e tesoureiros - possa ficar em home office parte do mês; e cobrança para disponibilização de mais empregados na unidades.
Empregados devem denunciar ao seu Sindicato desrespeitos neste sentido. Os Sindicatos, junto com os empregados, discutirá a solução caso a caso nas agências.
Brigada contra o assédio e as metas abusivas
Os empregados não devem aceitar assédio moral, cobrança abusiva de metas e qualquer apontamento de descomissionamento por produtividade.
A pandemia forçou os empregados da Caixa a se concentrar no trabalho bancário essencial, com priorização do atendimento social, como o pagamento do auxílio emergencial – situação que se torna ainda mais inevitável diante da falta de trabalhadores causada pelos seguidos planos de demissão voluntária.
“O país passa por um momento em que a prioridade deve ser a salvaguarda da saúde e da vida das pessoas durante a pandemia. Na Caixa, isto se traduz no relaxamento da produção capitalista do banco”, afirma Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
“É fundamental cobrar mais empregados nas agências, bem como combater as metas abusivas, o assédio moral e as ameaças de descomissionamento. Denúncias neste sentido estão sendo feitas, e não é o momento para focar na venda de produtos”, acrescenta o dirigente.
Desde 2010, os bancários contam com um instrumento de combate ao assédio moral, conquistado na Campanha Nacional Unificada aquele ano.
Brigada para preservar a saúde dos empregados em home office
Diferentemente dos trabalhadores dos outros grandes bancos que atuam no país, os empregados da Caixa não contam com acordo de teletrabalho (home office) na pandemia, principalmente porque a direção do banco não abre mão do não registro do ponto e do direito à desconexão, uma medida absolutamente desrespeitosa e absurda.
Apesar de não haver acordo de teletrabalho, a jornada tem de ser respeitada e, em caso de desrespeito, o empregado deve denunciar ao sindicato. Além disto, o acordo de demandas não pode resultar em cobrança abusiva de metas. Caso isto ocorra, o empregado também deve denunciar ao sindicato. Denuncie problemas no seu local de trabalho. (Fonte: com Seeb SP) do site da FEEB/PR'