Jornada exaustiva do empregado Caixa no pagamento do auxílio emergencial é tema de entrevista à TV 247

08/05/2020

 

 

Em conversa com o jornalista Leonardo Attuch, Sérgio Takemoto e Leonardo Quadros denunciaram as pressões sofridas pelos empregados nas últimas semanas e criticaram a falta de planejamento da atual gestão da Caixa

 

Os empregados da Caixa estão no limite da força física e mental, fazendo jornadas estressantes e correndo de risco de serem contaminados pelo novo coronavírus. Esse foi alerta dado pelo presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, e o diretor Administrativo-Financeiro da Apcef/SP, Leonardo Quadros, em entrevista à TV 247, realizada nesta quinta-feira (7). Além do risco de contágio pelo Covid-19, a categoria está sujeita ao adoecimento mental pela pressão que vem sofrendo nas últimas semanas.

Os dirigentes associativos falaram sobre as condições de trabalho dos empregados da Caixa o descaso do governo Federal em relação as aglomerações nas unidades do banco, em plena pandemia do Covid 19. Durante a entrevista, muitos internautas se solidarizaram com os trabalhadores do banco e criticaram a direção da Caixa e o governo Bolsonaro.

O presidente da Fenae destacou a atuação dos empregados que têm se empenhado para atender a população que necessita do auxílio emergencial. “Já foram pagos 50 milhões de benefícios e mais 30 milhões de pessoas estão aptas a receber o auxílio emergencial, o que continuará demandando mais pressão sobre a Caixa”, enfatizou Takemoto.

“Desde o início da pandemia as entidades representativas dos trabalhadores têm cobrado condições salubres para os empregados trabalharem, mas por falta por falta de planejamento da gestão da Caixa, a rotina dos empregados está sendo caótica, com atendimento sendo feitos até as 22h em algumas unidades.”, disse o diretor da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

Questionado sobre a atuação das entidades, Sergio Takemoto destacou que o movimento sindical e associativo tem negociado com a direção da Caixa medidas protetivas à categoria e à população.  Segundo ele, graças a pressão das entidades foi assegurada a aquisição de EPIs (equipamentos de proteção individual) como máscaras, luvas e proteção em acrílico; home office para os empregados que fazem parte do grupo de risco, PCDS e para 70% dos trabalhadores em sistema de revezamento.

Takemoto disse que a Caixa não divulgou números oficiais sobre o quantitativo de trabalhadores do banco infectados pelo coronavírus. Mas, as entidades apuraram que já são mais de 200 casos suspeitos e cerca de 100 confirmados, além de duas mortes. “Esse número poderia ser bem maior se não fossem as medidas protetivas que as entidades conseguiram na negociação com o banco. Os trabalhadores estão tendo de fazer triagem e colocar a população dentro das agências, para esconder da mídia as aglomerações”.

Para o diretor da Apcef/SP, “a população está sofrendo com as filas gigantescas não é por conta da ineficiência dos empregados, mas pelo sucateamento da empresa e a política de desmonte do que é público defendido por esse governo”.

Os dirigentes voltaram a defender medidas para reduzir as filas na Caixa como a descentralização do pagamento emergencial, campanhas de esclarecimento à população e o agendamento de atendimentos.

Mais empregados

Sergio Takemoto e Leonardo Quadros defenderam a necessidade de contratar mais empregados. Nos últimos quatro anos, a Caixa perdeu cerca de 20 mil empregados devido aos Programas de Demissão Voluntária (PDVs).

Segundo Takemoto, o banco contratou cerca de 2 mil empregados, a maioria PCD (Pessoa com Deficiência), porque foi obrigada por determinação judicial.

“A Fenae, a Contraf/CUT e outras entidades representativas têm cobrado a contratação dos concursados. A falta de empregados compromete a qualidade do atendimento à população, especialmente em momentos de crise como o que estamos vivendo agora”, disse o presidente da Fenae.

O diretor da Apcef/SP lembrou que o concurso de 2014 ainda está em vigor devido a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, na qual Fenae e Contraf são assistentes.

“Uma das nossas bandeiras de luta é mais empregados para a Caixa. O banco que já chegou a ter mais de 100 mil trabalhadores, hoje tem cerca de 84 mil”, informou Leonardo.

Terceirização

“Defendemos o fim da terceirização, queremos que a Caixa contrate. Todos os segmentos da Caixa estão carentes de pessoas”, disse o presidente da Fenae.

O diretor da Apcef/SP também criticou a terceirização, especialmente na área de tecnologia. “ TI é uma área que entendemos como extremamente crítica e que a Caixa precisa fazer uma carreira para esses empregados ao invés de ficar refém de empresas da iniciativa privada. Hoje se coloca nãos mãos de terceirizadas recursos que poderiam ser investidos em profissionais na própria Caixa”, argumentou.

Caixa Pública

Na entrevista, os dirigentes condenaram o processo de desgaste da imagem do banco.  “Fizemos um aplicativo em tempo recorde, isso mostra a competência dos trabalhadores do banco. Sairemos dessa crise mais fortes que entramos e com papel social da Caixa reconhecido”, destacou o presidente da Fenae.

Segundo Takemoto, a crise de pandemia tem mostrado à sociedade a importância das empresas públicas para o país, como a Caixa, as universidades públicas e o SUS.

“A política desse governo passa pelo enfraquecimento das empresas públicas para que imagem delas seja deteriorada e a sociedade não seja contrária a privatização”, argumentou o diretor da Apcef/SP.

Fortalecimento das entidades

Outro tema da entrevista foi o ataque do governo a atuação do movimento sindical. “Eles não querem que os trabalhadores se organizem. Por isso, o governo tem usado Medidas Provisórias como a que acaba com o imposto sindical. O objetivo é enfraquecer as entidades associativas e sindicais. Nós temos que nos organizar, fortalecer nossa luta e reduzir os efeitos desse governo antidemocrático. Só a negociação coletiva garante nossos direitos”, afirmou Takemoto.

Para Leonardo Quadros, o movimento sindical e associativo tem um grande desafio que é fazer a defesa dos atuais direitos e reconquistar o que foi tirado com a reforma trabalhista e outras MPS editadas pelo governo Bolsonaro. “Continuamos na luta pela caixa cada vez mais forte para todos os brasileiros”.

Fonte: FENAE

Confira a íntegra da entrevista

https://www.youtube.com/watch?v=vkl03nKKKq0&feature=youtu.be&fbclid=IwAR1N9I7anN8K8DhB4Fi0uCEL54KvEx5irULPeYt-QW1fqdGlOKLCL10ksQ0

 

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