Desrespeito, equívocos e falta de planejamento marcam as decisões do presidente da Caixa no pagamento do auxílio emergencial e o resultado é prejuízo para os empregados e para população (Por William De Lucca)
Não são apenas os trabalhadores em busca do auxílio-emergencial por conta da pandemia de coronavírus que sofrem em longas filas pelo desrespeito da direção da Caixa e de seu presidente Pedro Guimarães, mas o empregado do banco também. Na última sexta-feira (1º) por exemplo, alguns bancários receberam a informação, às 23h, de que teriam de trabalhar no sábado 2, às 8h da manhã, para atender a demanda de pagamento do auxílio.
A antecipação da abertura com atendimento mantido até às 14 também gera uma jornada extensa pois a quantidade de senhas entregues até as 14 horas ainda é muito grande. Com uma política de atender até a última pessoa da fila, a jornada de alguns bancários tem ultrapassado as 10 horas de trabalho em diversos locais.
A nova ordem é todos pra dentro. Pedindo distanciamento de um metro, a Caixa ignora diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma das principais medidas de contenção ao coronavirus. Um ambiente fechado com uma multidão dentro beira a uma ação criminosa contra a saúde pública.
Em muitos locais, como em agências na periferia de São Paulo, houve filas imensas e aglomerações, mesmo onde nem abriria. Cenário ideal para a proliferação da pandemia de coronavírus, sem nem mesmo haver atendimento. Onde abriu, muitas vezes houve revolta contra a empresa e os bancários, além do risco de contaminação. As pessoas que conseguem atendimento muitas vezes já estão muito frustradas por conta das filas.
A dirigente sindical e empregada da Caixa, Vivian Sá, reitera que o banco precisa deixar claro para o trabalhador que o trabalho aos sábados tem de ser feito por livre e espontânea vontade de cada um, e que não pode haver convocação ou pressão para aderir à jornada extra. A direção da Caixa, em resposta ao movimento sindical, disse que a participação tem sido voluntária e que o rodízio nas agências, onde em uma semana 70% do quadro trabalha presencialmente e 30% trabalha em home-office, alternadamente, será mantido. O pagamento de horas-extra também está garantido, no entanto, é o mínimo que a Caixa deve fazer.
Falta iniciativa
As enormes filas formadas em frente das agências da Caixa são a prova inconteste de que o que a direção do banco tem feito até agora para evitar as aglomerações e preservar a saúde de bancários e beneficiários não tem dado certo.
"O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, continua sem apontar para nenhuma outra adequação que resolva o problema das filas e da superlotação em meio a uma pandemia. Aumentar o quadro de funcionários e o horário de atendimento das agências tem se mostrado inócuo, e Guimarães só faz usar seu espaço na mídia para se auto promover apresentando dados, que são fruto do trabalho dos empregados ", critica Vivian.
O dirigente sindical, Dionísio Reis, conta que nesta terça-feira (5), por telefone, a GERET do banco garantiu que o rodízio semanal está mantido. Além disso, os empregados que preencheram voluntariamente o cadastro no site "Quero Atender" estarão se juntando às equipes, a fim de garantir o rodízio até nas agências menores. O trabalho remoto continua para parte dos bancários e os protocolos de prevenção ao coronavírus também. (Fonte: Seeb SP) do site da FEEB/PR