Para Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, quem impede a produção, comércio e circulação de mercadorias será "responsabilizado pela depressão econômica" (Por William De Lucca)
Em entrevista divulgada nesta quarta-feira 25, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, criticou as medidas de isolamento social que vêm sido empregadas por boa parte dos governadores do país no combate à pandemia de coronavírus. Para Rubem, quem "impede a produção, comércio e circulação de mercadorias" será responsabilizado por possíveis prejuízos econômicos.
"Aqueles que impedem a produção, o comércio e a circulação de mercadorias serão responsabilizados pela depressão econômica que estão causando. Não se pode resolver um problema criando outro ainda maior", afirmou Novaes ao jornal Valor Econômico. "Negar este lado da questão é um desserviço à nação brasileira. Devemos tomar todas as medidas sanitárias de precaução e proteger os idosos, mas não podemos parar a economia", completou.
A afirmação do presidente do banco vai na contramão dos esforços promovidos pelo movimento sindical e a Fenaban, que têm trabalhado em conjunto para evitar a contaminação de trabalhadores e clientes pelo coronavírus.
"Rubem Novaes é absolutamente irresponsável e coloca em risco tudo o que vem sendo feito no Brasil para conter esta pandemia. No mundo todo, o isolamento social tem representado uma ferramenta importante para evitar que o COVID-19 se propague, e os governos regionais tem tomado as medidas econômicas para minimizar o impacto deste isolamento", analisa o dirigente sindical e funcionário do BB, Getúlio Maciel.
Getúlio lembra que todos os bancos possuem fundos de contingência para o pagamento de salários e sua manutenção durante crises como esta, e que o BB não irá "quebrar" por conta da pandemia. Sem esta preocupação, o dirigente cobra que Rubem e a gestão do Banco do Brasil assumam sua responsabilidade para com o país, apresentando propostas para minimizar os impactos da pandemia para a economia e na vida dos brasileiros.
"Ele coloca a economia acima das vidas humanas, e isso é inaceitável. Neste momento, temos de pensar nas pessoas, que constituem o maior recurso que o país e as empresas têm", finaliza o dirigente. (Fonte: Seeb SP)do site da Feeb/PR