O Banco do Brasil está seguindo o mesmo movimento dos grandes bancos privados, e fechou somente no ano passado 409 agências no país e reduziu seu quadro de funcionários em 3.699 colaboradores. Os grandes bancos vêm reduzindo o número de agências físicas e funcionários para compensarem menores margens financeiras. Além disso, a concorrência das fintechs têm obrigado os bancos a oferecerem menores taxas de juros, e cobrar menos pelos serviços, como a anuidade do cartão de crédito, por exemplo. Soma-se a isso a recente declaração do presidente da estatal, que os avanços feitos pelas fintechs e pelo open banking podem resultar na privatização do Banco do Brasil. Mas e afinal, será que há motivos para se preocupar?
De acordo com Rubem Novaes, o atual presidente do Banco do Brasil, os avanços feitos pelas populares fintechs e pelo open banking podem fazer com que o banco tenha de ser privatizado em médio prazo.
“Eu acho que a gente já devia começar a se antecipar para pensar em privatização. Assim não teria trauma nenhum”, declarou.
O número total de agências bancárias no Banco do Brasil caiu de 4.101, em 2018, para 3.692, ao final de 2019. Quanto a redução do número de funcionários, houve uma queda de 96.889 para 93.190, considerando o mesmo período. Em 2019, o BB registrou 2.364 adesões ao programa de demissão voluntária estabelecido pela instituição.
Carlos Motta, o vice-presidente de negócios do Varejo do BB, disse que o banco está avaliando a eficiência de cada agência nas cidades onde estão instaladas, da mesma forma que os grandes bancos estão fazendo. Em muitos municípios, ele afirmou que a avaliação é de não haver necessidade de uma unidade tradicional. Portanto, as agências serão substituídas por postos de atendimento avançados, com estrutura mais leve.
Isso dá mais fluidez e eficiência ao atendimento. Além disso, aumentou o número de agências digitais e especializadas, como aquelas que atendem especificamente o agronegócio — disse Motta.
Reportagem do GLOBO mostrou que 2 em cada 5 cidades do país estão sem agências bancárias desde 2013, obrigando os moradores a se deslocarem a cidades vizinhas para fazer saques ou tomar empréstimos. São aproximadamente 17 milhões de pessoas em 2.328 cidades que precisam fazer esses deslocamentos. Além disso, nem todas contam com rede de internet eficiente para acessar os bancos digitais, que aos poucos estão se disseminando cada vez mais.
Lucro
Mesmo com a expansão das fintechs, e da mesma forma que os grandes bancos, o Banco do Brasil também teve um grande lucro em 2019, o equivalente a um lucro líquido de R$ 17,8 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 32,1% em relação ao ano anterior.
E parte, isso somente foi possível com o enxugamento de despesas, com o fechamento de agências e demissão de funcionários, além de uma estratégia agressiva de oferta de crédito no varejo, especificamente se tratando do Banco do Brasil.
O Banco do Brasil vai ser privatizado?
Tudo indica que até este momento, não é um objetivo do governo federal. Em recente declaração do secretário especial de Desestatização da Economia, Salim Mattar, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras não estão nos planos de privatização do governo. “Vamos vender tudo o que é possível e deixar essas três para o final, talvez o próximo governo”, afirmou nesta terça-feira (18), durante o evento CEO Conference Brasil 2020, promovido pelo banco BTG Pactual. (Fonte: Seu Crédito Digital) do site da FEEB/PR