O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, deve comparecer à Câmara, nesta terça-feira (10), para esclarecer suas declarações sobre uma possível privatização da instituição. Deputados oposicionistas pediram a realização de um debate com a presença de Novaes na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. Eles querem que o presidente do banco explique por que defende a privatização das principais estatais, incluindo o próprio BB, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras.
A defesa mais explícita foi feita em uma palestra na Associação Comercial do Rio, em outubro. “É opinião minha, não é de governo, mas eu acho que, em algum momento, a privatização do Banco do Brasil será inevitável. Com as amarras que uma empresa pública tem, vai ser muito difícil o ajustamento, no horizonte de dois, três, quatro anos, a esse novo mundo de open banking e das fintechs”, afirmou.
“Fica muito difícil em uma instituição ligada a governos acompanhar esse ritmo. Competimos com uma espécie de bola de ferro na canela”, acrescentou. Antes mesmo de assumir a presidência, ele já havia dito que defendia "tudo o que for possível".
Segundo ele, por enquanto, o Banco do Brasil é extremamente eficiente, mas em breve esse debate terá de ser enfrentado. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também é favorável às privatizações. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, afirma que, por questão estratégica, não pretende privatizar grandes empresas como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras.
Funcionários do BB entendem que a instituição já vem sendo preparada para ser privatizada. O governo tem vendido todas as ações que excedem o controle acionário e estão sendo ofertadas participações que o banco tem em outras empresas.
No pedido para realização do debate, a oposição alega que é evidente a importância do Banco do Brasil "para execução de políticas fundamentais para o desenvolvimento nacional e o seu caráter público." Os deputados também lembraram que o BB é o maior banco do país por ativos e que possui participação de 19,3% no mercado de crédito nacional. (Fonte: Congresso em Foco) do site da FEEB/PR