A cruel gestão do Santander

25/10/2019

 

Caso de bancário demitido por não bater metas no período em que estava acompanhando a mãe, internada em estado de coma, escancara a perversidade da gestão do banco

 

Foto: Geralt/Pixabay

A notícia de uma demissão no Santander escancarou, mais uma vez, toda a falta de sensibilidade e perversidade na gestão do banco espanhol. Um bancário, da cidade de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, foi demitido por não atingir metas durante o período em que sua mãe estava internada, em estado de coma. Mesmo diante do drama familiar, o bancário não faltou ao trabalho um dia sequer.

A demissão do bancário gerou protestos por parte do Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes e Região na terça 22. A entidade já prepara ação judicial para pedir a reintegração do trabalhador.

“Uma atitude desumana como essa sempre nos choca e revolta. Porém, se tratando da gestão do Santander, não podemos dizer que nos surpreende. O histórico do banco nos mostra que a sua gestão se importa mais com o lucro do que com a saúde e a vida dos seus funcionários, que são os responsáveis diretos por seus ótimos resultados no Brasil”, enfatiza a diretora do Sindicato e funcionária do Santander, Lucimara Malaquias.

O Santander obtém no Brasil a maior fatia do seu lucro global. Em 2018, o banco espanhol lucrou R$ 12,398 bilhões, crescimento de 24,6% em doze meses.

“São recorrentes as demissões de trabalhadores que retornam de licença médica, mesmo ainda em tratamento. Também é prática do banco a demissão de trabalhadores com 20, 30 anos de banco, próximos da estabilidade pré-aposentadoria. O banco cobra que o bancário se qualifique, obtenha certificações, se recicle. Todo o custo disso fica com o trabalhador. E quando finalmente esse esforço dá resultado e ele sobe na carreira, é demitido justamente por seu salário ser alto”, denuncia Lucimara.

Gestante humilhada

Outro caso chocante que mostra o desrespeito e a total falta de sensibilidade nas relações de trabalho no Santander é o de uma bancária gestante que ouviu da sua gerente que estava “assinando um contrato de burrice”, pois a gravidez iria prejudicar sua ascensão profissional, e que ela “não tinha estrutura para gerar um filho”. De acordo com o relato de uma testemunha, a bancária saiu da reunião chorando.

A bancária, que trabalhava numa agência do Santander em Varginha (MG), pediu demissão em 2012 e em 2013 decidiu ajuizar reclamação trabalhista com pedido de indenização.

O juízo da Vara de Varginha considerou que a conduta da gerente havia causado à bancária “vexame, dor e constrangimento em razão da gravidez”. A reparação foi fixada em R$ 10 mil, mas o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região (MG) aumentou o valor para R$ 15 mil. Após recurso no TST, ficou demonstrado que o abalo psicológico decorreu da atitude da empresa, por meio de sua superior hierárquica, e aumentou a indenização para R$ 30 mil.

Condenação  

Em setembro deste ano, o Santander foi condenado a pagar indenização de R$ 274 milhões por dano moral coletivo por submeter os bancários a metas abusivas, o que aumentou o índice de adoecimento mental ocupacional. Em outra ação, o Santander foi condenado a pagar uma multa de R$ 1 milhão por prática de assédio moral. As duas sentenças foram dadas pelo juiz do Trabalho, Gustavo Carvalho Chehab, da 3ª Vara do Trabalho de Brasília.

“Essas condenações do Santander na Justiça são muito importantes por significarem o reconhecimento por parte da Justiça de que a gestão do banco, ao priorizar somente o lucro, prejudica a saúde física e mental dos seus funcionários através de práticas abusivas e assediadoras. Dentro da própria lógica de produtividade do Santander, esse tipo de prática é equivocada e contraproducente, uma vez que afasta e adoece trabalhadores, atingindo psicologicamente também o restante da equipe, além de ferir o próprio código de ética do banco”, enfatiza Lucimara.

“Como Sindicato, entidade representativa dos bancários do Santander, nossa luta é por uma gestão mais humana, pelo fim das práticas abusivas que levam aos altos índices de adoecimento registrados na categoria. Para isso, é de fundamental importância que os bancários denunciem qualquer situação que julguem abusiva como, por exemplo, demissões arbitrárias, assédio moral e sexual, metas abusivas, condições de trabalho inadequadas. O sigilo é garantido”, conclui a diretora do Sindicato. (Fonte: SEEB/SP)

 

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