Foto: Fenae
Na sexta-feira 1, a Comissão Executiva de Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa) se reuniu com representantes do banco público pela primeira vez em 2019. Na reunião - que estava agendada para o dia 12 de dezembro do ano passado, mas foi cancelada pelo banco na última hora – a representação dos empregados cobrou contratações e melhores condições de trabalho. Por sua vez, os representantes do banco não confirmaram a realização de novas contratações - apesar das declarações de Pedro Guimarães, presidente do banco, de que iria convocar concursados – e alegaram que a questão ainda está sendo estudada.
“Ficou claro na reunião que não existe qualquer previsão de quantos empregados serão contratados e nem mesmo se de fato será realizada alguma contratação”, avalia o coordenador da CEE/Caixa e diretor do Sindicato, Dionísio Reis.
A Caixa continua reduzindo drasticamente seu quadro de pessoal. Com a reabertura do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), mais 1.426 empregados se desligaram. Assim, o banco, que chegou a ter 101 mil empregados em 2014, tem hoje apenas 84.952 trabalhadores.
O Sindicato, junto com outras entidades representativas, move duas ações judiciais que cobram contratações pela Caixa. Uma trata do cumprimento da cota de 5% de funcionários PCDs, desrespeitada pela Caixa, e a outra sobre o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, que em 2015 previa a contratação de 2.000 novos empregados.
“Em 2014, tínhamos 101 mil empregados. O acordo previa a contratação de mais 2 mil. Ou seja, o banco deveria ter alcançado 103 mil trabalhadores. Hoje, contamos com menos de 85 mil. Assim, a Caixa possui uma dívida, legal, de contratação de 18 mil trabalhadores para respeitar o que foi acordado em 2015”, explica Dionísio, reforçando que a redução do quadro funcional evidencia o projeto de desmonte do banco público e de sua função social.
Condições de trabalho
Cobrado pela CEE/Caixa, o banco apresentou uma proposta de modelo de atuação dos fóruns regionais de condições de trabalho para 2019. Os representantes dos trabalhadores vão avaliar o documento e fazer os ajustes que forem necessários. Segundo a empresa, está assegurado o funcionamento dessas instâncias para debater os problemas que afetam diretamente as estruturas e relações de trabalho nas unidades.
A CEE/Caixa também fez questionamentos sobre o descomissionamento via GDP. “Nossa reivindicação histórica é o fim do GDP e a Caixa unilateralmente coloca o programa de desempenho para justificar descomissionamentos. Isso é inadmissível, um desrespeito ao que foi negociado na mesa”, afirma Dionísio.
Saúde Caixa e Saúde do trabalhador
Ficou definido na negociação com a Caixa a retomada dos debates de dois grupos de trabalhos paritários: GT Saúde Caixa, que deverá se reunir no dia 19 de fevereiro, e GT Saúde do Trabalhador, no dia 20.
A criação desses GTs foi fruto da pressão dos trabalhadores. Na reunião do GT Saúde Caixa, por exemplo, serão debatidas questões como modelo de custeio e qualidade do atendimento. “Vamos reafirmar nosso posicionamento em defesa dos usuários do plano de saúde e de que o Saúde Caixa deve ser para todos”, diz o coordenador da CEE/Caixa.
Para subsidiar os debates do GT Saúde do Trabalhador, a comissão entregou aos representantes os resultados da pesquisa Saúde do Trabalhador da Caixa 2018, realizada pela Fenae, e um conjunto de propostas para melhorar as condições de saúde dos empregados.
Vale-combustível
Na reunião, foi anunciado que desde o dia 17 está liberado o vale-combustível para gerentes de canais, uma reivindicação histórica dos empregados.
PSI
Mais uma vez, os representantes dos empregados cobraram do banco que o Processo Seletivo Interno seja de fato transparente e objetivo, o que não ocorre.
“Apresentamos como exemplo do mau uso do PSI para nomeações o caso do brigadeiro da Aeronáutica Mozart Farias, escolhido pela atual direção para a vice-presidência de logística e operações. Um desrespeito com os empregados que evidencia o quanto é necessária maior transparência no PSI. É uma temeridade, um absurdo, entregar vice-presidências de um banco público como a Caixa para militares sem experiência no setor financeiro ou, ainda pior, para agentes do mercado”, enfatiza Dionísio.
“O banco, a exemplo do que ocorreu em 2018, não trouxe para mesa propostas concretas aos nossos questionamentos. A resposta para maioria dos pontos é que, por enquanto, as coisas continuam como estão”, conclui o coordenador da CEE/Caixa. (Fonte:Sindicato dos Bancarios de São Paulo)