No mesmo período, aumentou em cerca de 1,2 milhão o número de trabalhadores informais. Renda de quem não tem carteira assinada é 76% menor que a do empregado formal. (Por Daniel Silveira, G1)
A crise no mercado de trabalho fez o Brasil perder mais de 2,3 milhões de postos de trabalho formal em dois anos. É o que aponta o levantamento divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, o país encerrou 2017 com 54,2 milhões de trabalhadores formais. Em 2015, eram 56,5 milhões de trabalhadores formais.
Já o trabalho informal aumentou em 1,2 milhão o seu contingente neste mesmo período. Em 2015, havia no Brasil 36,1 milhões de trabalhadores informais. Esse número chegou a 37,3 milhões em 2017.
O IBGE considera como trabalho formal aquele com carteira de trabalho assinada, inclusive do empregado doméstico, assim como o trabalhador por conta própria e o empregador que sejam contribuintes da previdência social.
Já o trabalho informal engloba os trabalhadores, incluindo os domésticos, que não possuem carteira assinada, bem como trabalhador por conta própria e empregador que não contribuem com a previdência, além do trabalhador familiar auxiliar.
2 em cada 5 trabalhadores são informais
Conforme o levantamento, em 2015, 61% dos trabalhadores ocupados no país estavam em postos formais. Em 2017, esse percentual caiu para 59,2%. Já o trabalho informal saltou de 39% para 40,8% no mesmo período, o que representa 2 em cada 5 trabalhadores do país.
Regionalmente, a informalidade estava mais presente nas Regiões Norte e Nordeste, onde os trabalhadores informais representavam, respectivamente, 59,5% e 56,2% da população ocupada. Sudeste e Sul tinham a menor proporção de informalidade, 33,8% e 29,1%, respectivamente. No Centro-Oeste, os informais representavam 39,1% dos trabalhadores informais.
A pesquisa mostrou, também, que a população preta e parda representava 46,9% dos trabalhadores informais, enquanto a branca, 33,7%. Já na análise por sexo, o IBGE destacou que "a proporção de homens e mulheres em trabalhos formais e informais é semelhante", embora varie de acordo com a categoria de ocupação.
Segundo o IBGE, entre os trabalhadores informais os homens são maioria quando considerados somente os empregados sem carteira assinada e os trabalhadores por conta própria. Já as mulheres são maioria entre os trabalhadores familiares auxiliares "e compõem quase que integralmente o trabalho doméstico sem carteira".
Serviços domésticos e agropecuária lideram a informalidade
Ainda de acordo com o IBGE, as atividades que mais concentram o trabalho informal são as de serviços domésticos e agropecuária. Nestas duas atividades, mais de 2/3 do pessoal ocupado era informal.
Já a administração pública tinha a menor proporção de trabalhadores informais - 20,8%. Saúde, Educação e serviços sociais aparece em segundo lugar, com 21,7% de seus trabalhadores ocupados de maneira informal.
Carteira assinada tem renda 76% maior
O IBGE mostrou que a diferença entre os salários pagos ao trabalhador com carteira assinada é, na média nacional, 76% maior que daquele que não tem registro formal.
O rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro em 2017 foi de R$ 2.039. Para o empregado com carteira assinada, o salário médio era de R$ 2.038, enquanto para o sem carteira foi de R$ 1.158.
Para o trabalhador por conta própria, a média de rendimento mensal no ano passado foi de R$ 1.557. Já para militares e funcionários públicos, essa média foi de R$ 3.767. Os maiores rendimentos eram obtidos pelos empregadores - R$ 5.211.
Cor e gênero
Em 2017, os trabalhadores brancos (R$ 2.615) ganhavam, em média, 72,5% mais que os pretos ou pardos (R$ 1.516) e os homens (R$ 2.261) recebiam 29,7% a mais que as mulheres (R$ 1.743). (Fonte: G1) do site FEEB-PR