Mesmo com a discussão no governo de proposta para que as indicações de bancos passem pelo Banco Central, o PP comunicou ao presidente Michel Temer que quer seguir no comando do Caixa Econômica Federal (CEF) com uma indicação política. Uma das ideias do partido é indicar um dos atuais vice-presidentes da Caixa. (Andréia Sadi)
Temer pretende indicar o atual presidente da CEF, Gilberto Occhi, para o Ministério da Saúde.
O presidente ainda não se decidiu sobre as trocas ministeriais. Nesta terça-feira (27), o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, vai conversar com Temer para bater o martelo sobre o novo espaço do partido no governo. Nesta quarta-feira (28), sai do ministério da Saúde o atual titular da pasta, Ricardo Barros. Occhi disse ao blog que são “especulações”.
O argumento do PP junto ao Planalto para seguir no comando de cargos estratégicos é o de que o partido é “leal” ao governo na Câmara e pode se transformar no maior partido da base aliada – inclusive, maior do que o MDB – com as trocas partidárias. Hoje, o PP tem 47 deputados.
Para a cúpula do partido, não faz “sentido” perder cargos importantes de indicações políticas – como o Ministério da Saúde e a presidência da Caixa.
Em janeiro, Temer precisou afastar vices-presidentes da Caixa após recomendações do Ministério Público Federal do Distrito Federal e do Banco Central. As recomendações têm como base suspeitas de corrupção na Caixa investigadas pelo MPF e pela Polícia Federal.
Dias depois do afastamento, a Caixa aprovou novo estatuto banco que limita as indicações políticas para cargos de direção. Pelo novo estatuto do banco, eleição e destituição de vice-presidentes passarão a ser função do Conselho de Administração da Caixa, com aprovação pelo Banco Central.
Até então, esse tipo de medida cabia ao presidente da República, por indicação do ministro da Fazenda, ouvindo o Conselho de Administração. A nomeação do presidente da Caixa continua a cargo do presidente da República.
Investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal apontam irregularidades cometidas no banco, como corrupção e o favorecimento de grupos políticos e de empresas.
Tanto o MPF quanto a PF afirmaram que dirigentes indicados por partidos atuavam para atender a interesses de políticos e de empresários em operações financeiras da Caixa.
Embora sejam funcionários de carreira da Caixa, os quatro vice-presidentes afastados em janeiro foram indicados para os cargos por partidos políticos da base governista (PR, PRB, PP e MDB).
O próprio presidente da Caixa, Gilberto Occhi, é indicado pelo PP. Em entrevista ao blog em janeiro, ele disse que não se pode “satanizar” as indicações políticas. (Fonte: G1) do site da FEEB-PR