No acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal, o corretor financeiro Lúcio Funaro detalhou como o ministro Moreira Franco, braço-direito de Michel Temer na Presidência, foi beneficiou com pagamento de propinas oriundas da liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa.
À época do investimento feito pelo fundo de investimento do FGTS, o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco ocupava a vice-presidência de Fundos e Loterias da Caixa, responsável pelo FI-FGTS.
FUNDO FI-FGTS
Funaro explicou que foi procurado pelo Grupo Bertin para viabilizar o investimento do FI-FGTS porque os empresários sabiam que a vice-presidência de Fundos da Caixa era do PMDB.
Aos investigadores, Funaro explicou que o aporte de recursos do FI-FGTS na empresa do Grupo Bertin teve como contrapartida o pagamento de propina dividida entre ele, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Moreira Franco, que, de acordo com o doleiro, ficou com maior parte do dinheiro.
“Foi uma operação para financiar uma empresa que se chama Nova Cibe, de energia, do Grupo Bertin, num valor aproximado de R$ 300 milhões […] e que gerou propina pra gente na ordem de 4% [do valor total, o que dá R$ 12 milhões]”, afirmou Funaro.
DIVISÃO DA PROPINA
Questionado sobre como foi feita a divisão dos R$ 12 milhões de propina, o doleiro respondeu: “65% Moreira Franco, 25% Eduardo Cunha, 15% para mim”.
Ao detalhar o pagamento das vantagens indevidas, Lúcio Funaro disse que o repasse foi feito em “dinheiro vivo”. Sobre a entrega do dinheiro a Moreira Franco, Funaro declarou que os pagamentos seguiam um “fluxo de caixa”.
“Ele me solicitava, eu passava conforme meu fluxo de caixa. Tenho R$ 1 milhão no Rio, vou mandar te entregar, tenho R$ 1 milhão em São Paulo, manda o Altair vir buscar. Toda semana tinha um fluxo de caixa”, disse. (Fonte: NotociasBrasilOnline)