Estatal tinha anunciado que serviços do Banco Postal seriam encerrados neste mês em mais de 1.800 agências
Os Correios e o Banco do Brasil anunciaram nesta quinta-feira (5) que chegaram a um acordo para evitar provisoriamente o encerramento dos serviços do Banco Postal em mais de 1.800 agências dos Correios.
Em comunicado, as estatais afirmam que irão negociar nos próximos 4 meses alternativas para viabilizar a permanência da parceria.
"O acordo a ser formalizado entre as duas instituições permitirá encontrar solução para manter, até 31 de janeiro, o funcionamento de todos os pontos de atendimento do Banco Postal que seriam encerrados no dia 11/10", diz o comunicado.
O acordo acontece após os Correios terem anunciado na semana passada a decisão encerrar os serviços do Banco Postal em 1.827 agências da estatal em 12 estados em razão de altos custos de manutenção e segurança. Na ocasião, aos Correios alegaram que o aumento de decisões judiciais que obrigam a adoção de ações de segurança adicionais às previstas para correspondentes bancários, como contratação de vigilantes armados e/ou porta giratória, "tornam inviáveis" a manutenção do serviço nestas localidades.
O Banco Postal é uma parceria com o Banco do Brasil que se vale da rede de atendimento dos Correios para a intermediação de serviços bancários básicos. Em vários municípios chega a ser a única opção de acesso bancário e de saque de benefícios da Previdência Social. Atualmente, o serviço é oferecidos em cerca de 6.500 agências dos Correios.
No final de 2016, os Correios fecharam acordo com o Banco do Brasil para manter a parceria por mais 36 meses.
Crise nos Correios
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica. Nos últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.
Neste mês, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que existe a possibilidade de privatizar os Correios, mas afirmou que ainda “não há uma decisão tomada”, já que “isso é uma coisa que tem que ser tratada com muito cuidado”. Em março, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, já havia afirmado que, se a empresa não promovesse o "equilíbrio rapidamente", "caminharia para um processo de privatização".
Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.
Os Correios anunciaram em março o fechamento de 250 agências, apenas em municípios com mais de 50 mil habitantes, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos.
A estatal alega ainda que o custeio do plano de saúde dos funcionários é responsável pela maior parte do déficit da empresa registrado nos últimos anos. Hoje a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários, com 7%.
A crise atingiu também o Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis), fundo de pensão dos funcionários da estatal, que teve intervenção decretada pelo governo após prejuízos e denúncias de fraudes em investimentos em desacordo com a política interna do Postalis. (Fonte: G1)